MANTEIGAS, CORAÇÃO DA SERRA DA ESTRELA
em memória de meus pais que me fizeram nascer numa terra tão bonita

domingo, 27 de outubro de 2013

NASCENTES DOS DOIS MAIORES RIOS TOTALMENTE PORTUGUESES


O Mondêgo e o Zêzere são os dois maiores rios portugueses com a totalidade do seu percurso em território nacional. São, também, os dois maiores rios nascidos na Serra da Estrela.

1.RIO MONDEGO

O maior rio totalmente português nasce na Serra da Estrela, próximo das Penhas Douradas, junta à estrada que liga a Gouveia.
Um pequeno nascente, à altitude de 1450m, conhecido por “Mondeguinho” é o começo de um rio que, depois de percorrer cerca de 220 km, vai desaguar no Oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz.
No seu percurso recebe as contribuições de vários afluentes, entre os quais os rios Alva, Ceira, Arunca e o famoso Dão.
Tem uma bacia higrográfica com uma extensão de cerca de 6670 km2 e um volume médio anual escoado de quase 3500 hm3, resultante de caudais bastante variáveis entre secas e cheias bastante acentuadas.
Logo a jusante da confluência do Dão, a Barragem da Agueira é o maior aproveitamento hidroeléctrico do Mondêgo.
Entre Coimbra e a Figueira da Foz, o rio espraia-se pelos campos do baixo Mondêgo, uma das zonas agrícolas mais importantes de todo o país.

2. RIO ZÊZERE


É o segundo maior rio que corre totalmente em território nacional, afluindo no tio Tejo depois de um percurso de cerca de 200 km.
Nasce na base do Cântaro Magro, na Serra da Estrela e a mais de 1800m de altitude, num nascente, alimentado pelas infiltrações em zonas mais altas, como a Nave de Sto António. Tem o seu primeiro troço no Covão Cimeiro, seguindo, depois, ao longo do paradisíaco Covão da Ametade, continuando, depois ainda, pelo famoso e inigualável Vale Glaciar, ao longo de cerca de 13 km, até encontrar Manteigas que fica na sua margem esquerda. 
Ali começa o desvio que lhe vai dar a orientação dominante final, Nordeste-Sudoeste, até encontrar o Tejo em Constância.
O rio Zêzere tem numerosos pequenos afluentes, o mais importante dos quais é o rio Nabão que banha a cidade de Tomar.
A sua bacia Hidrográfica tem cerca de 5040 km2 e o seu caudal instantâneo chega atingir 10.000m3/s.
Neste rio de grande valor hidrodinâmico, existem três grandes aproveitamentos hidroeléctricos, Bouçã, Cabril e Castelo de Bode, que produzem anualmente 700 milhões de kWh.

domingo, 20 de outubro de 2013

DE VEZ EM QUANDO...

De vez em quando, gosto de passar algum tempo a rever o que contêm os cartões digitais onde acumulo os milhares de fotografias que já fiz, na esperança de encontrar "aquela" que gostaria de eleger como a minha "obra de arte". Ainda a não encontrei mas, uma vez por outra, encontro uma que prende mais a minha atenção.
Desta vez foi esta...



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DESCENDO O VALE

Não raramente, quando me desloco à minha terra, abandono a monotonia apressada que me trás desde Lisboa para, a partir da Covilhã, subir a Serra e, lá no alto, enfrentar a grandiosidade dos Cântaros, sentir o aconchego do Covão da Ametade e espraiar o olhar nas amplas formas suaves do Vale Glaciar do Zêzere. Depois, percorro, tranquilamente, aquela estrada estreita que me leva até Manteigas. Parece quase uma recta quando vista lá do alto. Mas são dezenas as curvas que faz, cujo mérito único está na variedade de paisagens que, uma após outra, se revelam a cada pequena mudança de direcção.
Enquanto vou por ali, gosto de pensar em como este vale se formou, como um glaciar, na sua deslocação, milhares de anos atrás, o recortou e lhe deu o perfil de um U quase perfeito ao longo de milhares de metros que, no fim, se espraia numa depressão mais alargada onde se situa a Terra onde nasci.
Por vezes, tento imaginar como tudo aquilo me pareceria se pudesse vê-lo outros tantos milhares de anos depois. Talvez um outro glaciar o preencha ou uma selva densa o disfarce… Mas que sei eu do que possa acontecer daqui a tanto tempo se tudo fica diferente tão depressa, como a minha já longa vida me permite comprovar?
E, depois do sonho que uma viagem sossegada torna longo, volto à realidade que me deixa olhar o que a Natureza agora me revela e a vida ainda me permite apreciar.
Até àquela visão tão esperada da Terra que vou visitar.














domingo, 15 de setembro de 2013

SANTA EUFÉMiA, SAMEIRO



Hoje, dia 15 de Setembro, os habitantes da bela e pacata Sameiro, acompanharão Santa Eufémia numa procissão através da Aldeia, prestando homenagem à virgem e mártir que deu a sua vida em defesa daquilo em que acreditava, mostrando a força que hoje nos falta para superar os perigos enormes que nos afrontam.
A palma na sua mão direita é o símbolo do martírio que a sua fé, que o livro na sua mão esquerda simboliza, lhe valeu.
Quantas vezes, ainda bem pequeno, vi passar aquela procissão do quintal do Padre Zacarias, o vigário de Sameiro e enorme entusiasta desta festa que é a maior das que por ali se fazem.
Lembro-me dos que ali estavam comigo nesses tempos, todos já esperando por mim na Eternidade, mas cuja memória para sempre ficou em mim bem viva, tal como a de uma festa bonita a uma Santa milagreira a quem, tantas vezes, pedi que me concedesse o que, os meus sonhos de então, me faziam parecer as mais importantes.
Quase sempre que por ali passo vou àquela capelinha reiterar promessas que então lhe fiz e agradecer por me não ter desamparado.
Ali se venera, também, S Nuno Álvares Pereira, o grande herói português de Aljubarrota.
Quantas vezes, de mão dada com a minha avó Graça, percorri aqueles poucos quilómetros que separam Manteigas de Sameiro, para participar nesta festa da qual sinto saudades.




sábado, 14 de setembro de 2013

DO ALTO DA TORRE



Ali...
Perante a grandeza que me faz pequeno,
Mingua meu corpo até um grão de areia,
Gigante me sinto, tranquilo, sereno,
Olhando do alto o que me rodeia!

(Torre, Agosto de 2013)



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ESPREITANDO...

Sempre que vou a Manteigas, não resisto a andar por aqui e por ali, espreitando e fotografando a Vila que sempre me revela imagens que me parece não ter visto ainda antes.
Assim vou fixando as imagens que olho quando sinto a saudade da terra onde nasci e de tanta coisa muito querida que, para sempre, ali tenho.
E, pensando em outros manteiguenses que, lá longe, por certo sentem as mesmas saudades que eu sinto, aqui as coloco para que possam olhá-las também.
Olhando para este Vale agora quase cheio de casas, recordo a Terra pequenina que Manteigas era quando, pela primeira vez, há mais de setenta anos, dela me dei conta.







A BELEZA DE UM QUADRO



Como num quadro de Maluda, os encarnados dos telhados e os brancos das paredes entrelaçam-se numa geometria harmoniosa que capta o nosso olhar vezes sem conta, como num encantamento prolongado que nos faz sentir muito prazer.