MANTEIGAS, CORAÇÃO DA SERRA DA ESTRELA
em memória de meus pais que me fizeram nascer numa terra tão bonita

domingo, 16 de setembro de 2012

FESTA DE N S DA GRAÇA - O ADEUS

Uma arruada em que participa muita gente que canta acompanhada por músicos da Filarmónica Popular Manteiguense, é o fecho tradicional das festas da Padroeira da Vila.
Este ano, fois assim:


domingo, 9 de setembro de 2012

8 SETEMBRO 2012 FESTA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA




Foi mais uma de muitas festas da Padroeira de Manteigas em que participei.
A modernidade, com razões de segurança e de direitos cívicos, fez acabar algumas das manifestações mais folclóricas e barulhentas mas das quais os manteiguenses, nos quais me incluo, eram incondicionais apreciadores.
Já não há a “alvorada” que, muito cedo no dia, nos fazia lembrar que era dia de festa, nem o “pum pum pum” do “foguetório” que duravam todo o tempo da procissão e proporcionava aos mais miúdos aquele jogo competitivo que era correr atrás das canas dos foguetes estoirados, para ver qual conseguia mais!
A tradicional procissão das velas foi, como sempre, muito participada, bem como a saída do andor de Nossa Senhora para receber os louvores dos seus fiéis foi, como é hábito, um momento como sempre aproveitado para pedir à Mãe que guarde a nossa Terra.
Depois, uma pequena mostra localizada de fogo de artifício fixo no topo da Igreja de S Pedro, deu uma pequena ideia do que eram aqueles episódios nocturnos de fogo de artifício a que, naqueles tempos de outrora, se chamava “foguetes de lágrimas”.
Em vez destas populares manifestações festivas há agora umas noitadas de barulhentos concertos das bandas “pop” que são contratadas e que, em vez de me acordarem cedo só me consentem adormecer muito tarde, quase de madrugada.

Mas festa é festa, ainda que descaracterizada o que, sinceramente, me não dá grande satisfação. Bem sei que os tempos são outros e, com eles, mudam os gostos, mas bandas pop pode haver quando se quiser, enquanto a Festa da Senhora da Graça é, apenas, uma vez por ano!
Dei comigo a pensar que diversas outras festas lutaram pelas suas tradições e até conseguem que lhes seja permitido fazer corridas com toiros de morte num país onde a Lei as proíbe, em nome da preservação de costumes ancestrais.
Felizmente, a Festa de Nossa Senhora da Graça, tal como a do Senhor do Calvário também o é, continua a ser uma oportunidade de encontro de manteiguenses por esse mundo fora espalhados, Num ano uns, noutro ano outros, lá se vão encontrando estes cidadãos tão especiais que são os naturais de Manteigas que, por mais que se afastem, não conseguem tirar o seu torrão natal do coração!
Mais uma vez me encantou aquela banda magnífica em que se tornou a Filarmónica Popular Manteiguense, a que mais correntemente chamamos Música Nova que, em mais um concerto que pude apreciar, mostrou a qualidade das suas interpretações de música clássica, pop, folclórica ou seja o que for. Como gostaria de dizer a cada um daqueles intérpretes como os aprecio e lhes agradeço o prazer que me proporcionam.
Mas não podem ser esquecidos aqueles outros tempos que, desde o Sr Porfírio Jorge o primeiro “mestre” que conheci, permitiram que exista esta banda que tanto aprecio.  
Dizem-me que a Música Velha está igualmente muito boa, o que, também, muito me agrada e espero confirmar logo que possa.
Finalmente, quero referir uma exposição fotográfica retrospectiva da Festa de Nossa Senhora da Graça da qual o espólio de meu pai é a grande base e a prova inequívoca de ter sido ele o grande ilustrador do passado manteiguense, com um enorme contributo para uma Terra que, infelizmente, pouco cuidou das suas memórias.