MANTEIGAS, CORAÇÃO DA SERRA DA ESTRELA
em memória de meus pais que me fizeram nascer numa terra tão bonita

domingo, 15 de setembro de 2013

SANTA EUFÉMiA, SAMEIRO



Hoje, dia 15 de Setembro, os habitantes da bela e pacata Sameiro, acompanharão Santa Eufémia numa procissão através da Aldeia, prestando homenagem à virgem e mártir que deu a sua vida em defesa daquilo em que acreditava, mostrando a força que hoje nos falta para superar os perigos enormes que nos afrontam.
A palma na sua mão direita é o símbolo do martírio que a sua fé, que o livro na sua mão esquerda simboliza, lhe valeu.
Quantas vezes, ainda bem pequeno, vi passar aquela procissão do quintal do Padre Zacarias, o vigário de Sameiro e enorme entusiasta desta festa que é a maior das que por ali se fazem.
Lembro-me dos que ali estavam comigo nesses tempos, todos já esperando por mim na Eternidade, mas cuja memória para sempre ficou em mim bem viva, tal como a de uma festa bonita a uma Santa milagreira a quem, tantas vezes, pedi que me concedesse o que, os meus sonhos de então, me faziam parecer as mais importantes.
Quase sempre que por ali passo vou àquela capelinha reiterar promessas que então lhe fiz e agradecer por me não ter desamparado.
Ali se venera, também, S Nuno Álvares Pereira, o grande herói português de Aljubarrota.
Quantas vezes, de mão dada com a minha avó Graça, percorri aqueles poucos quilómetros que separam Manteigas de Sameiro, para participar nesta festa da qual sinto saudades.




sábado, 14 de setembro de 2013

DO ALTO DA TORRE



Ali...
Perante a grandeza que me faz pequeno,
Mingua meu corpo até um grão de areia,
Gigante me sinto, tranquilo, sereno,
Olhando do alto o que me rodeia!

(Torre, Agosto de 2013)



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ESPREITANDO...

Sempre que vou a Manteigas, não resisto a andar por aqui e por ali, espreitando e fotografando a Vila que sempre me revela imagens que me parece não ter visto ainda antes.
Assim vou fixando as imagens que olho quando sinto a saudade da terra onde nasci e de tanta coisa muito querida que, para sempre, ali tenho.
E, pensando em outros manteiguenses que, lá longe, por certo sentem as mesmas saudades que eu sinto, aqui as coloco para que possam olhá-las também.
Olhando para este Vale agora quase cheio de casas, recordo a Terra pequenina que Manteigas era quando, pela primeira vez, há mais de setenta anos, dela me dei conta.







A BELEZA DE UM QUADRO



Como num quadro de Maluda, os encarnados dos telhados e os brancos das paredes entrelaçam-se numa geometria harmoniosa que capta o nosso olhar vezes sem conta, como num encantamento prolongado que nos faz sentir muito prazer.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

FESTA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA 2013



Nunca poderia fazer ideia, lá por meados do Século passado quando eu era um rapazinho, que estaria ali em 2013 a pedir à Mãe do Céu por todos os que me são queridos, tanto os que estão comigo como os que já me esperam.
Mas é uma força quase insuperável esta de voltar aqui, talvez como a que faz as formigas voltarem ao ninho depois de labutarem longe dele.
O cenário pouco ou nada mudou nesta festa que junta milhares de manteiguenses e os faz viver dias felizes, mesmo sem as alvoradas com música e foguetes que, em outros tempos e bem cedo, os acordava para a festa que, tudo o indicava, iria ser de arromba! Mesmo sem a algazarra sineira e o foguetório que durava todo o tempo que a procissão estava na rua.
É como um novo ano que começa neste tempo que nos chama a atenção para um Verão que vai embora, um Outono colorido que se aproxima e um Inverno que, quem sabe, será muito rigoroso e, lá mais para Dezembro, vai chegar.
 
E como manda a tradição, mexer na Senhora da Graça fez chover. Desta vez também trouxe relâmpagos que iluminaram o céu e trovões esborralhados que fizeram tremer a Terra. Até um velho castanheiro não resistiu á fúria da tempestade de que nem Santa Bárbara o livrou. Foram dias para recordações de outros tempos que o tempo já tinha esbatido.
Mas tudo se passou como é das regras, a concorrida procissão das velas, a festa mundana com música estridente e se prolonga pela note fora, os foguetes, os sinos a tocar e Nossa Senhora da Graça a percorrer as ruas da Vila que todos desejamos proteja por muitos e muitos anos. Também não faltaram as quermesses, as barracas dos comes e bebes, os encontros de velhos amigos. Enfim, tudo aquilo que faz uma festa!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O DESCANSO DO VALE!

Nasci numa Terra onde o Sol nunca se põe.
Simplesmente, sem os contrastes de cores intensas com que, em outros lugares, pinta o horizonte, o Sol esconde-se por detrás das altas montanhas que, à volta de Manteigas, formam a coroa que faz dela a verdadeira e única Raínha da Serra.
E, conforme os altos e baixos que, nos montes, o tempo recortou, o Sol vai espreitando por aqui e por ali, fazendo extensa a fronteira que separa o sol da sombra e torna longa e de tonalidades únicas a passagem entre o claro do dia e a penumbra que antecede a noite.
Depois, aos poucos, a escuridão vai tomando o lugar das sombras prateadas pelos raios de Sol reflectidos nas encostas ainda iluminadas, até ser hora do descanso tranquilo que, escondendo-se, o Sol não deseja perturbar.
E quando, depois de um sossego bem merecido, o Sol volta a despontar por detrás de outra montanha, clareia-se a escuridão que confortou o descanso dos seres que habitam aquele vale.
E voltam os raios dourados que acentuam as formas maravilhosas de um recanto belo que jamais nos cansamos de olhar e reanima-se a vida que, por uns instantes, repousou!